Nota biográfica:
Olinda Beja nasceu na cidade de Guadalupe em S.Tomé e Príncipe, mas reside no distrito de Viseu desde os dois anos. Possui o diploma superior dos Altos Estudos franceses da Alliance Française e a licenciatura em Línguas e Literatura Modernas da Universidade do Porto.
Actualmente, é professora do Ensino Secundário e também ensina Língua e Cultura Portuguesa na Suíça, sendo ainda assessora cultural da embaixada de S. Tomé e Príncipe.
Dedicou-se à escrita desde muito jovem, publicando várias obras, entre as quais:
Poesia – Bô Tendê?, No País Tchilíli, Quebra-mar, Aromas de Cajamanga, Água Crioula, Maré cheia, maré vazia, Leve, leve; Contos: Pingos de Chuva, Pé-de-Perfume, A sombra de ôcá e Ficção: 15 Dias de Regresso e a Ilha de Izunari.
Tem trabalhos publicados na Alemanha, bem como poemas dispersos em revistas nacionais e estrangeiras, em livros didácticos dos Ministérios da Educação português e francês, nas antologias Matrilíngua, Poesia para Timor Loro Sae e no livro de fotografia Paga Dêvê.
A Autora apresenta frequentemente a sua obra em estabelecimentos de ensino em Portugal e no estrangeiro, incentivando quem a escuta a descobrir a literatura e a cultura de S. Tomé e Príncipe, terra da sua paixão e que conheceu tarde. De facto, só em adulta (aos 37 anos) Olinda Beja voltou a S. Tomé para descobrir maravilhada, uma cultura que lhe pertencia e que esperava que ela a descobrisse.
Tal descoberta é revelada na triologia Bô Tendê, Leve, leve e 15 dias de Regresso.
“Teu olhar é corsário destemido de aventura
Nómada de oceanos
Ternura em traço leve
Leve traço de ternura
Teu rosto é concha de caranguejo
Abrigo de procelas (tempestades)
Beijo em terra longe
Terra longe num beijo
Tuas mãos são gomil de mestiçagem
Telas de delírio
Paisagens de horizonte
Horizontes de paisagem”