O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, celebrado a 10 de junho, é o dia em que se assinala a morte de Luís Vaz de Camões em 1580, o Dia do Santo Anjo da Guarda de Portugal e também um feriado nacional de Portugal.
Neste dia lembramos um soneto de Camões que faz a apologia do amor...
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por soldada pretendia.
Os dias na esperança de um só dia
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel, lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que por enganos
lhe fora assi negada sua pastora,
como se a não tivera merecida,
tornando já a servir outros sete anos,
dezia: –Mais servir(i)a, se não fora
p[e]ra tão longo(s) a[m]o[r] tão curta vida.
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por soldada pretendia.
Os dias na esperança de um só dia
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel, lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que por enganos
lhe fora assi negada sua pastora,
como se a não tivera merecida,
tornando já a servir outros sete anos,
dezia: –Mais servir(i)a, se não fora
p[e]ra tão longo(s) a[m]o[r] tão curta vida.
Nota biográfica:
Luís Vaz de Camões terá nascido no ano de 1525, não se sabe
exatamente onde e morreu a 10 de Junho de 1580, em Lisboa. Considerado uma das
maiores figuras da literatura em língua portuguesa e um dos
grandes poetas do Ocidente. Pensa-se que estudou em Coimbra, onde terá
recebido uma sólida educação nos moldes clássicos.
Tudo parece indicar, que pertencia à pequena nobreza. Em Lisboa
deve, mais tarde, ter convivido com personalidades importantes da Corte, como
se depreende da sua obra poética. Envolveu-se, em amores com damas da
nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta.
Sabe-se que esteve em Ceuta, onde perdeu o seu olho
direito, em combate. Depois de regressado a Lisboa, foi preso, em consequência de uma
rixa com um funcionário da Corte. Saiu
logo no ano seguinte, inteiramente perdoado e
partiu para a India, passando vários anos no Oriente. Terá sido nessa altura
que compôs o primeiro canto de Os Lusiadas. De
volta à pátria, publicou Os Lusíadas e recebeu uma tença
anual de 15 000 réis, do rei D. Sebastião pelos serviços prestados à
Coroa. Ao que se diz, morreu na miséria. No entanto, é difícil distinguir
aquilo que é realidade, daquilo que é mito e lenda romântica, criados em
torno da sua vida.
Clica aqui para conheceres mais da obra de Camões
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